
Morre mais uma diva com a idade fatídica de 27 anos. A flor da juventude desbotou intensa e danosa, como Janis Joplin e Jimi Hendrix, e a sua partida era bem mais do que previsível. Quando o mundo parece rendido ao seu talento, o artista perde a dimensão "social", "coletiva", por assim dizer, de sua própria individualidade. O apelo que emerge do mais íntimo de cada um, em forçar uma não aceitação de padrões ou limites, quaisquer que sejam, é assustadoramente maior nestes casos. A alma não suporta a imensa vastidão de sua "liberdade". Quem padece é o corpo, o ser mais frágil desta conjunção. O fim trágico, entretanto, parece atender a um desejo profundo de eternidade: a genialidade parece perdurar ainda mais quando encerrada tragicamente. Não apenas seu talento, mas a personalidade forte e atraente de Amy Winehouse, ainda e sempre ressoarão, por trás e em conjunto com sua música.