Vamos (tentar) esquentar um pouquinho as coisas por aqui...
E ainda que eu pareça estar começando mais uma de minhas propostas devassas de expressão poética, o esquentar que se pretende fazer virá muito antes (espero) de um assunto que tem de algum modo se tornado uma polêmica nos lugares que frequento - qual seja, a eleição do Rio para sede das Olimpíadas de 2016. Isso porque para muitas pessoas, sobretudo aquelas preocupadas com a causa dos menos favorecidos e com a questão social de nosso país tão desigual, a vitória carioca parece ser um absurdo sem tamanho, já que a cidade muito pouco tem investido em saúde e educação, áreas sempre preteridas pela verba pública. Algumas chegaram mesmo a torcer contra a eleição do Rio. E a desilusão de estarem nas areias de Copacabana ao lado de uma multidão disposta a beber, cair, levantar, sustentando nos pés o samba e na boca o grito de alegria pela nossa vitória, foi tão amarga quanto uma manhã de dura ressaca depois de uma noitada daquelas. Mas isso me faz perguntar insistentemente - Será que a vitória de nossa cidade foi realmente a mais terrível consumação dos interesses do capital sobre os da sociedade, e que dela não podemos esperar nada senão mais miséria e desigualdade? Ou será que aqueles que se colocam contra o sistema econômico vigente (e sendo este o meu caso) precisam de fato recusar categoricamente esta excelente oportunidade de vermos mais uma vez o Rio como a grande capital cultural do país? Uma coisa nesta questão é certa: a vitória do Rio só possui potencialmente aquilo que dela nós poderemos fazer.
Qual a sua opinião? Se quiser opinar nesta 'polêmica', sinta-se à vontade. Afinal, a cidade (e a vitória) é de todos nós, impreterivelmente.