Por que estas pulsões ocêanicas?

Pois é verdade que se eu não havia sequer pensado sobre uma metáfora que ilustrasse com precisão poética e elegância filosófica - sim, com precisão poética e elegância filosófica! - aquilo que encontro frente ao espelho, este reflexo que se produz em minha consciência: ao pensar na força do mar, no impacto voraz das ondas sobre as rochas, no ímpeto por vezes desmedido e incontido de uma pulsão marítima, oceânica, encontro nessa visão a pintura natural de minha própria natureza. E talvez só me falte descobrir onde o pintor escondeu seus pincéis... Mas para quê? Não há em tudo isso significativa - perfeição?

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A poesia é a capacidade de condensar em belos versos a riqueza experiencial de nossas impressões. Ela é a mais elevada forma de arte literária - na verdade, literatura só é arte se participa intrinsecamente da poesia.

domingo, 28 de junho de 2009

Auscultar a vida



Alguma vez admiraste a beleza
que há no cair da chuva?
Ou provaste do prazer de acompanhar o curso
dos rios, a margear os campos verdejantes,
declinando por entre rochas em queda estupefatos?
Alguma vez visitaste uma praia onde fosse possível contemplar
o nascer e findar do sol?
Ou atentaste para ouvir uma canção,
a mais melodiosa que se pode auscultar – entoação de pássaros?
Pois saibas que se em tua alma
nada se lhe impôs dessa maneira
– Acautela-te! Podes morrer sem jamais ter vivido...

4 comentários:

Phisis disse...

Muito bonita e verdadeira.

Ana ® disse...

Realmente, is´so é viver, o resto é mera existência...

Mathias de Alencar disse...

Valeu pelo comentário queridas...

Paula Allemand disse...

Uau! Lindo.