O português, que há 511 anos, por aí, chegou em terras tupiniquins, parece estar ameaçado: o Ministério da Educação e Cultura, órgão que deveria cuidar exatamente da educação e da cultura da sociedade brasileira, aprovou um livro de gramática portuguesa que não ensina gramática. Os autores justificam a defesa de um afrouxamento da norma culta como uma forma de evitar o preconceito com as diferentes formas de se expressar. Contudo, que preconceito não seria maior que este atestado de incapacidade, onde o órgão máximo da educação no país maleabiliza as leis da gramática como forma de privilegiar a variedade de dialetos dos jovens brasileiros? Se concordar o plural dos artigos com os substantivos é tão difícil assim, por que continuar a aceitá-lo nos exames e concursos públicos? Não seria isso uma discriminação sem igual? Afinal, segundo os nobres e doutos juízes do MEC, não valorizar as diferenças é sinônimo de discriminação - como se o padrão e a norma fossem o carrasco opressor das jovens mentes estudantis. A educação no Brasil está um fiasco. O país jamais alcançará os degraus de maior destaque no mundo enquanto preterir suas raízes, enquanto não se dispuser a realmente educar os jovens - sem imaginar que ensinar leis é tolir ao invés de formar. Desconfiemos de todo aquele que tenta afrouxar ou mesmo tornar mais branda e sem efeito a lei: certamente a discriminação não será extinta pelo decreto que invalida a universalidade das diferenças.
Ou como mostrar a alma quando não se pode olhá-la no espelho, embora ela esteja ali, nos observando...
Por que estas pulsões ocêanicas?
Pois é verdade que se eu não havia sequer pensado sobre uma metáfora que ilustrasse com precisão poética e elegância filosófica - sim, com precisão poética e elegância filosófica! - aquilo que encontro frente ao espelho, este reflexo que se produz em minha consciência: ao pensar na força do mar, no impacto voraz das ondas sobre as rochas, no ímpeto por vezes desmedido e incontido de uma pulsão marítima, oceânica, encontro nessa visão a pintura natural de minha própria natureza. E talvez só me falte descobrir onde o pintor escondeu seus pincéis... Mas para quê? Não há em tudo isso significativa - perfeição?
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A poesia é a capacidade de condensar em belos versos a riqueza experiencial de nossas impressões. Ela é a mais elevada forma de arte literária - na verdade, literatura só é arte se participa intrinsecamente da poesia.
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A poesia é a capacidade de condensar em belos versos a riqueza experiencial de nossas impressões. Ela é a mais elevada forma de arte literária - na verdade, literatura só é arte se participa intrinsecamente da poesia.
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