Por que estas pulsões ocêanicas?

Pois é verdade que se eu não havia sequer pensado sobre uma metáfora que ilustrasse com precisão poética e elegância filosófica - sim, com precisão poética e elegância filosófica! - aquilo que encontro frente ao espelho, este reflexo que se produz em minha consciência: ao pensar na força do mar, no impacto voraz das ondas sobre as rochas, no ímpeto por vezes desmedido e incontido de uma pulsão marítima, oceânica, encontro nessa visão a pintura natural de minha própria natureza. E talvez só me falte descobrir onde o pintor escondeu seus pincéis... Mas para quê? Não há em tudo isso significativa - perfeição?

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A poesia é a capacidade de condensar em belos versos a riqueza experiencial de nossas impressões. Ela é a mais elevada forma de arte literária - na verdade, literatura só é arte se participa intrinsecamente da poesia.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Início que inicio por uma ideia - agora sem acento!

I have an idea!
Se o mundo já nesse início de ano, novo ritmo, novo estilo, velhas esperanças - se tudo já nos parece tão caótico; se pelas incríveis notícias que fizeram o ano novo acordar mais... novo?
Vejam lá.
- A guerra civil entre israelenses e palestinos, mais uma vez e sempre;
- O apoio à guerra pelos EUA - mais uma vez e sempre;
- As prisões e as solturas, o atraso e o descaso, da justiça e do congresso;
- Novas mudanças para tirar a carteira de motorista - para evitar acidentes?;
- Mudanças na aposentadoria - para melhor?;
- Mudanças no cabinete das prefeituras - no Rio, o excelentíssimo senhor prefeito já assumiu a administração fazendo as mudanças de praxe: troca de auxiliares, de secretários, de verbas, e das cores da prefeitura! Pena o Cesar Maia não ter podido ir a cerimônia de posse, nada pagava esse momento histórico! (sic)
- As gostosas do Carnaval e do BBB assumindo as páginas dos jornais - colorindo-as em meio a tanto sangue palestino...
- Ronaldinho voltará a jogar!
- Até o meu curso de Filosofia entrou em processo de reestruturação curricular!
Pois então, não parece que tudo está tão... novo?
Deixo para vocês pensarem, porque no fundo o poço me parece o mesmo...
Calma aí! Vocês não acharam que eu estivesse me esquecendo da nossa grande mudança linguística, aposto que pensaram... É que o melhor, pelo menos pra mim, deve vir sempre no final - essa minha maldita esperança! - e propositalmente tive que deixar minha ideia para o final. Agora sem acento, pois entramos o ano inseridos rigorosamente no mundo português. Se eu gostei? Até que não achei tão ruim assim, pois vejam, o problema do hífen foi resolvido brilhantemente, é verdade que caíram alguns acentos importantes, mas quem ainda usava o trema? Futuramente, é certo, vai dar problema, quando um professor insistir em sala - É lingüiça, não linguiça! Mas por que, se não tem nenhuma diferença? Ouço já o mestre gritar - Porque é assim! É a tradição! Problemas para uma geração futura... - Não é problema nosso, dirão os espertinhos interessados em ganhar dinheiro com novos livros, cursos, como aqueles que deveriam não se interessam pelo problema da destruição do planeta pela voracidade de seu lucro.
Bem, acho que o ano começa muito bem: nada de novo, tudo seguindo à risca os preceitos das gerações passadas. E espero não ter infringido nenhuma lei linguística!
Isso só pode me levar a crer que, em nosso tempo mais que em qualquer outro, o único estudo fundamental que devemos fazer é o da História - Como disse Nietzsche: se o homem tivesse um propósito final em sua existência, ele já o teria alcançado...
Actually, I have a dream... a very nice dream.

2 comentários:

azzi disse...

po! eu adorava trema!...

Mathias de Alencar disse...

Confesso que o Word era quem me lembrava que eu tinha de usá-la... Mas ela sempre esteve em meus melhores pensamentos!