Por que estas pulsões ocêanicas?

Pois é verdade que se eu não havia sequer pensado sobre uma metáfora que ilustrasse com precisão poética e elegância filosófica - sim, com precisão poética e elegância filosófica! - aquilo que encontro frente ao espelho, este reflexo que se produz em minha consciência: ao pensar na força do mar, no impacto voraz das ondas sobre as rochas, no ímpeto por vezes desmedido e incontido de uma pulsão marítima, oceânica, encontro nessa visão a pintura natural de minha própria natureza. E talvez só me falte descobrir onde o pintor escondeu seus pincéis... Mas para quê? Não há em tudo isso significativa - perfeição?

***

A poesia é a capacidade de condensar em belos versos a riqueza experiencial de nossas impressões. Ela é a mais elevada forma de arte literária - na verdade, literatura só é arte se participa intrinsecamente da poesia.

domingo, 22 de março de 2009

Antigone's homecoming



Run to me now, dark river, run

inwards, backwards, blind

as the black, the one-eyed sun

parching all petals of the mind.

Mad sunflower point your gun

downwards, earth is calling her kind.

-

Full of eyelids, such a masque

will be the last one - go

folding all wings for the task.

Time's come for sinking slow

as fingers hover, yet do not ask

to what bottom nor how low.

-

By Bruno Tolentino, in O mundo como ideia.

Nenhum comentário: