Ou como mostrar a alma quando não se pode olhá-la no espelho, embora ela esteja ali, nos observando...
Por que estas pulsões ocêanicas?
Pois é verdade que se eu não havia sequer pensado sobre uma metáfora que ilustrasse com precisão poética e elegância filosófica - sim, com precisão poética e elegância filosófica! - aquilo que encontro frente ao espelho, este reflexo que se produz em minha consciência: ao pensar na força do mar, no impacto voraz das ondas sobre as rochas, no ímpeto por vezes desmedido e incontido de uma pulsão marítima, oceânica, encontro nessa visão a pintura natural de minha própria natureza. E talvez só me falte descobrir onde o pintor escondeu seus pincéis... Mas para quê? Não há em tudo isso significativa - perfeição?
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A poesia é a capacidade de condensar em belos versos a riqueza experiencial de nossas impressões. Ela é a mais elevada forma de arte literária - na verdade, literatura só é arte se participa intrinsecamente da poesia.
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A poesia é a capacidade de condensar em belos versos a riqueza experiencial de nossas impressões. Ela é a mais elevada forma de arte literária - na verdade, literatura só é arte se participa intrinsecamente da poesia.
domingo, 6 de abril de 2014
Bruno Tolentino - E a ratoeirazinha
Cuidado! a dor inventada
acaba tão parecida
à cara nua da vida,
que um encontro de calçada
pode virar despedida...
Garoa vira enxurrada,
lagrimazinha esculpida,
finamente musicada,
pode transformar subida
em queda fora de alçada,
fora de qualquer medida
e todo controle: o nada
tem a energia encondida
da ratoeira calada
ali no canto... Ó fingida,
alma minha apaixonada,
muito cuidadinho a cada
nova sílaba sofrida...
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