Por que estas pulsões ocêanicas?

Pois é verdade que se eu não havia sequer pensado sobre uma metáfora que ilustrasse com precisão poética e elegância filosófica - sim, com precisão poética e elegância filosófica! - aquilo que encontro frente ao espelho, este reflexo que se produz em minha consciência: ao pensar na força do mar, no impacto voraz das ondas sobre as rochas, no ímpeto por vezes desmedido e incontido de uma pulsão marítima, oceânica, encontro nessa visão a pintura natural de minha própria natureza. E talvez só me falte descobrir onde o pintor escondeu seus pincéis... Mas para quê? Não há em tudo isso significativa - perfeição?

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A poesia é a capacidade de condensar em belos versos a riqueza experiencial de nossas impressões. Ela é a mais elevada forma de arte literária - na verdade, literatura só é arte se participa intrinsecamente da poesia.

terça-feira, 29 de março de 2011

O verso


Escrevo em verso
para ver ao inverso
o próprio universo
com quem converso.

Um comentário:

silencioemmovimento disse...

"O reverso do verso é o inverso do universo — multiverso! Con(tro)verso? (Des)converso, pois (con)verso verso pluriverso! Ai, quanto verso verso! Versô? Versamos. Desversado, pois, o verso está — versado!"

[CON)(VERSANDO COM “O VERSO”]