Por que estas pulsões ocêanicas?

Pois é verdade que se eu não havia sequer pensado sobre uma metáfora que ilustrasse com precisão poética e elegância filosófica - sim, com precisão poética e elegância filosófica! - aquilo que encontro frente ao espelho, este reflexo que se produz em minha consciência: ao pensar na força do mar, no impacto voraz das ondas sobre as rochas, no ímpeto por vezes desmedido e incontido de uma pulsão marítima, oceânica, encontro nessa visão a pintura natural de minha própria natureza. E talvez só me falte descobrir onde o pintor escondeu seus pincéis... Mas para quê? Não há em tudo isso significativa - perfeição?

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A poesia é a capacidade de condensar em belos versos a riqueza experiencial de nossas impressões. Ela é a mais elevada forma de arte literária - na verdade, literatura só é arte se participa intrinsecamente da poesia.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

As duas “morais”




Pulsão de vida. Nascimento
de uma vontade –
vento, força: amor
que traduz o sofrimento
do que se vê no espelho, metade
de si, de outro: pavor.

Fisiologia impulsiva
à verdade, à alma, ao nada,
deixado à própria sorte –
labiríntica reflexiva.
Alegria fugaz, não experimentada:
encerrada em pulsão de morte.

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