Por que estas pulsões ocêanicas?

Pois é verdade que se eu não havia sequer pensado sobre uma metáfora que ilustrasse com precisão poética e elegância filosófica - sim, com precisão poética e elegância filosófica! - aquilo que encontro frente ao espelho, este reflexo que se produz em minha consciência: ao pensar na força do mar, no impacto voraz das ondas sobre as rochas, no ímpeto por vezes desmedido e incontido de uma pulsão marítima, oceânica, encontro nessa visão a pintura natural de minha própria natureza. E talvez só me falte descobrir onde o pintor escondeu seus pincéis... Mas para quê? Não há em tudo isso significativa - perfeição?

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A poesia é a capacidade de condensar em belos versos a riqueza experiencial de nossas impressões. Ela é a mais elevada forma de arte literária - na verdade, literatura só é arte se participa intrinsecamente da poesia.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Imagino ao luar



Quando a luz na janela 
entra e tece ternuras 
sinto que ao colo dela 
desejos são loucuras 
inconfessas, querela 
de si para consigo: 
no convite, a mais bela 
alma e corpo, amigo! 

Por teus lábios suspiro 
à noite, à beira-mar... 
Distância é um martírio 
luxúria por te beijar 
ao luar, sem arbítrio 
sem medida em dar
tanto amor que retiro 
versos de um olhar.

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