Por que estas pulsões ocêanicas?

Pois é verdade que se eu não havia sequer pensado sobre uma metáfora que ilustrasse com precisão poética e elegância filosófica - sim, com precisão poética e elegância filosófica! - aquilo que encontro frente ao espelho, este reflexo que se produz em minha consciência: ao pensar na força do mar, no impacto voraz das ondas sobre as rochas, no ímpeto por vezes desmedido e incontido de uma pulsão marítima, oceânica, encontro nessa visão a pintura natural de minha própria natureza. E talvez só me falte descobrir onde o pintor escondeu seus pincéis... Mas para quê? Não há em tudo isso significativa - perfeição?

***

A poesia é a capacidade de condensar em belos versos a riqueza experiencial de nossas impressões. Ela é a mais elevada forma de arte literária - na verdade, literatura só é arte se participa intrinsecamente da poesia.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Para dispersar das preocupações...



Tudo bem - devo confessar que meu excesso de preocupação com questões políticas, se não em larga escala, ao menos aqui em terras tupiniquins, não são de modo algum uma preocupação salutar.
"Para quê? - me perguntaria algum carioca à beira-mar, sob um sol causticante de quase 45°, a admirar as belas fêmeas em Ipanema e aquelas curvas traseiras de tirar o fôlego de qualquer tentativa de pensamento - para que pensar nessas coisas? Esses políticos são tudo uma cambada de filhos da puta, não tem respeito nem por si mesmos, que dirá pelo dinheiro do povo. A gente tem é que votar nulo e aproveitar o resto do domingo na praia, porque o calor, meu amigo..."
Talvez eu ainda tentasse alguma réplica, o que de fato não seria muito difícil de fazer - mas como, ou para que afinal, se as eleições são só no ano que vem, se ainda teremos natal, ano novo, carnaval, páscoa, dia dos namorados, dias das mães, dia dos amigos, dia disso, dia daquilo... Para quê? A tal pergunta inconveniente não me deixa sossegar. Mas enfim minha alma pode sossegar tranquila; enfim não precisarei mais me ater em picuinhas tão inúteis como aquelas relativas a nossa política; enfim, os nossos políticos nos mostraram mais uma vez que quanto menos pensarmos em política, melhor - Para quem?
Eis mais uma dessas perguntas inconvenientes...

Nenhum comentário: