Esse ano é ano de disputa presidencial, favorecido sempre pela bela euforia que só uma copa do mundo pode provocar numa alma como a nossa... Contudo, o que me parecerá ser mais surpreendente não é a vitória brasileira em terras africanas, mas a vitória do desconhecido em nossa própria terra. O mundo tupiniquim está mais sombrio esse ano. O que será de nós nessa decisão preparada, em que somos os próprios responsáveis pelo empate ou pela derrota? Sim, porque vitória mesmo só haverá, e se houver, em outros lugares, entre aqueles que são - quem diria! - nossos antepassados... Que os deuses e os orixás nos ajudem!
Ou como mostrar a alma quando não se pode olhá-la no espelho, embora ela esteja ali, nos observando...
Por que estas pulsões ocêanicas?
Pois é verdade que se eu não havia sequer pensado sobre uma metáfora que ilustrasse com precisão poética e elegância filosófica - sim, com precisão poética e elegância filosófica! - aquilo que encontro frente ao espelho, este reflexo que se produz em minha consciência: ao pensar na força do mar, no impacto voraz das ondas sobre as rochas, no ímpeto por vezes desmedido e incontido de uma pulsão marítima, oceânica, encontro nessa visão a pintura natural de minha própria natureza. E talvez só me falte descobrir onde o pintor escondeu seus pincéis... Mas para quê? Não há em tudo isso significativa - perfeição?
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A poesia é a capacidade de condensar em belos versos a riqueza experiencial de nossas impressões. Ela é a mais elevada forma de arte literária - na verdade, literatura só é arte se participa intrinsecamente da poesia.
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A poesia é a capacidade de condensar em belos versos a riqueza experiencial de nossas impressões. Ela é a mais elevada forma de arte literária - na verdade, literatura só é arte se participa intrinsecamente da poesia.
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