Por que estas pulsões ocêanicas?

Pois é verdade que se eu não havia sequer pensado sobre uma metáfora que ilustrasse com precisão poética e elegância filosófica - sim, com precisão poética e elegância filosófica! - aquilo que encontro frente ao espelho, este reflexo que se produz em minha consciência: ao pensar na força do mar, no impacto voraz das ondas sobre as rochas, no ímpeto por vezes desmedido e incontido de uma pulsão marítima, oceânica, encontro nessa visão a pintura natural de minha própria natureza. E talvez só me falte descobrir onde o pintor escondeu seus pincéis... Mas para quê? Não há em tudo isso significativa - perfeição?

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A poesia é a capacidade de condensar em belos versos a riqueza experiencial de nossas impressões. Ela é a mais elevada forma de arte literária - na verdade, literatura só é arte se participa intrinsecamente da poesia.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

A vida refletida


Quando alguém se deixa incomodar pela indagação do sentido da vida, o seu existir se deixa ele também incomodar com a efemeridade do simples viver. E então já não se vive simplesmente, já não se deixa a vida seguir apenas pela necessidade de seguir, de viver - A vida perseguirá de um modo incômodo uma razão para se dar, e para ser. Uma vida assim incomodada não se deixa viver simplesmente. E então alguém poderia dizer que no fundo o que há é uma morte contínua da vida, um morrer constante pelo pensamento - ou será na verdade tudo isso o único modo de se realmente viver?

"Uma vida não examinada não merece ser vivida" - Sócrates

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