Por que estas pulsões ocêanicas?

Pois é verdade que se eu não havia sequer pensado sobre uma metáfora que ilustrasse com precisão poética e elegância filosófica - sim, com precisão poética e elegância filosófica! - aquilo que encontro frente ao espelho, este reflexo que se produz em minha consciência: ao pensar na força do mar, no impacto voraz das ondas sobre as rochas, no ímpeto por vezes desmedido e incontido de uma pulsão marítima, oceânica, encontro nessa visão a pintura natural de minha própria natureza. E talvez só me falte descobrir onde o pintor escondeu seus pincéis... Mas para quê? Não há em tudo isso significativa - perfeição?

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A poesia é a capacidade de condensar em belos versos a riqueza experiencial de nossas impressões. Ela é a mais elevada forma de arte literária - na verdade, literatura só é arte se participa intrinsecamente da poesia.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Um retorno

Porque esse tempo afastado das letras, de qualquer publicação aqui no blog, não apenas foi provocado pelas intensas atividades acadêmicas: foi mesmo um reflexo da própria ausência de um olhar voltado para meu próprio interior, para minha alma confusa e absorta. Queria dizer, mas muito do que há não pode ser dito. Queria me calar, mas como calar as pulsões intensas que sufocam até mesmo as palavras? Mas as palavras não permanecem muito tempo em silêncio...

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