Por que estas pulsões ocêanicas?

Pois é verdade que se eu não havia sequer pensado sobre uma metáfora que ilustrasse com precisão poética e elegância filosófica - sim, com precisão poética e elegância filosófica! - aquilo que encontro frente ao espelho, este reflexo que se produz em minha consciência: ao pensar na força do mar, no impacto voraz das ondas sobre as rochas, no ímpeto por vezes desmedido e incontido de uma pulsão marítima, oceânica, encontro nessa visão a pintura natural de minha própria natureza. E talvez só me falte descobrir onde o pintor escondeu seus pincéis... Mas para quê? Não há em tudo isso significativa - perfeição?

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A poesia é a capacidade de condensar em belos versos a riqueza experiencial de nossas impressões. Ela é a mais elevada forma de arte literária - na verdade, literatura só é arte se participa intrinsecamente da poesia.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Uma conversa de trabalho


- Tem tudo que morrer, essa cambada de safado!

- Quem, os de Brasília?

- Não, os daqui mesmo. Esses vagabundos de morro que só fazem matar sem motivo algum.

- Ah, o pessoal do tráfico...

- E quem paga somos nós, trabalhadores.

- Não sei se tem mais solução...

- Manda matar todo mundo, meu irmão! Essa é a solução!

- Muito radical...

- Mas é o jeito, bicho. Antes que eles matem a gente a gente mata eles! Todos, sem deixar nenhum!

- E os Direitos Humanos? Não pode ser assim...

- Mata os Direitos Humanos também!

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