Se brasileiro que é brasileiro não se deixa enganar por um sorriso cordial de quem pouco ou quase nada conhece, no caso da primeira-dama francesa, parece, nos rendemos a tentação. A causa de tudo isso, há de se confessar, se encontra na beleza que a senhora linda e gostosa - com todo o respeito, claro! - Carla Bruni veio nos mostrar essa semana, enquanto o marido faz as vezes da chatice diplomática e dos acordos bilaterais entre os dois países. De fato, a agenda paralela da cantora-mais-importante-da-França corre pelas vielas cariocas - sempre cercada de poderosos deslumbrados, paparazzis pentelhos e cariocas a fim de uma olhadela na "poupança" da primeira-dama - como ela mesma fez correr de nossas bocas as salivas que se esvaem quando contemplamos tamanha graciosidade. Sem dúvidas, não podemos negar - A tal da francesa fascinou-nos a todos. O que é natural para o espírito carioca, que sempre teve os olhos voltados para as terras mais quentes da Europa! No mau sentido, veja lá...
Ou como mostrar a alma quando não se pode olhá-la no espelho, embora ela esteja ali, nos observando...
Por que estas pulsões ocêanicas?
Pois é verdade que se eu não havia sequer pensado sobre uma metáfora que ilustrasse com precisão poética e elegância filosófica - sim, com precisão poética e elegância filosófica! - aquilo que encontro frente ao espelho, este reflexo que se produz em minha consciência: ao pensar na força do mar, no impacto voraz das ondas sobre as rochas, no ímpeto por vezes desmedido e incontido de uma pulsão marítima, oceânica, encontro nessa visão a pintura natural de minha própria natureza. E talvez só me falte descobrir onde o pintor escondeu seus pincéis... Mas para quê? Não há em tudo isso significativa - perfeição?
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A poesia é a capacidade de condensar em belos versos a riqueza experiencial de nossas impressões. Ela é a mais elevada forma de arte literária - na verdade, literatura só é arte se participa intrinsecamente da poesia.
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A poesia é a capacidade de condensar em belos versos a riqueza experiencial de nossas impressões. Ela é a mais elevada forma de arte literária - na verdade, literatura só é arte se participa intrinsecamente da poesia.
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