Por que estas pulsões ocêanicas?

Pois é verdade que se eu não havia sequer pensado sobre uma metáfora que ilustrasse com precisão poética e elegância filosófica - sim, com precisão poética e elegância filosófica! - aquilo que encontro frente ao espelho, este reflexo que se produz em minha consciência: ao pensar na força do mar, no impacto voraz das ondas sobre as rochas, no ímpeto por vezes desmedido e incontido de uma pulsão marítima, oceânica, encontro nessa visão a pintura natural de minha própria natureza. E talvez só me falte descobrir onde o pintor escondeu seus pincéis... Mas para quê? Não há em tudo isso significativa - perfeição?

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A poesia é a capacidade de condensar em belos versos a riqueza experiencial de nossas impressões. Ela é a mais elevada forma de arte literária - na verdade, literatura só é arte se participa intrinsecamente da poesia.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Uma metáfora, uma imagem - um amor

É por essa força, só minha
Que como o mar impetuoso
Avança sem temer o nada
Tal as ondas na madrugada
Senti-me inerte, e temeroso
Perdi o ser que eu não tinha

O choque das rochas e o mar
Tão dura vida, e generosa
Fez-me entender meu ser ali
E como deveria, sorri
- maresia maravilhosa -
Na dor que desvela este amar

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