Por que estas pulsões ocêanicas?

Pois é verdade que se eu não havia sequer pensado sobre uma metáfora que ilustrasse com precisão poética e elegância filosófica - sim, com precisão poética e elegância filosófica! - aquilo que encontro frente ao espelho, este reflexo que se produz em minha consciência: ao pensar na força do mar, no impacto voraz das ondas sobre as rochas, no ímpeto por vezes desmedido e incontido de uma pulsão marítima, oceânica, encontro nessa visão a pintura natural de minha própria natureza. E talvez só me falte descobrir onde o pintor escondeu seus pincéis... Mas para quê? Não há em tudo isso significativa - perfeição?

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A poesia é a capacidade de condensar em belos versos a riqueza experiencial de nossas impressões. Ela é a mais elevada forma de arte literária - na verdade, literatura só é arte se participa intrinsecamente da poesia.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

The waves of my life

The sun had not yet risen. The sea was indistinguishable from the
sky, except that the sea was slightly creased as if a cloth had
wrinkles in it. Gradually as the sky whitened a dark line lay on
the horizon dividing the sea from the sky and the grey cloth became
barred with thick strokes moving, one after another, beneath the
surface, following each other, pursuing each other, perpetually.

As they neared the shore each bar rose, heaped itself, broke and
swept a thin veil of white water across the sand. The wave paused,
and then drew out again, sighing like a sleeper whose breath comesand goes unconsciously.

The amazing beginning of Waves, by Virgínia Woolf.
It's my reflection [or my own soul]

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