Por que estas pulsões ocêanicas?

Pois é verdade que se eu não havia sequer pensado sobre uma metáfora que ilustrasse com precisão poética e elegância filosófica - sim, com precisão poética e elegância filosófica! - aquilo que encontro frente ao espelho, este reflexo que se produz em minha consciência: ao pensar na força do mar, no impacto voraz das ondas sobre as rochas, no ímpeto por vezes desmedido e incontido de uma pulsão marítima, oceânica, encontro nessa visão a pintura natural de minha própria natureza. E talvez só me falte descobrir onde o pintor escondeu seus pincéis... Mas para quê? Não há em tudo isso significativa - perfeição?

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A poesia é a capacidade de condensar em belos versos a riqueza experiencial de nossas impressões. Ela é a mais elevada forma de arte literária - na verdade, literatura só é arte se participa intrinsecamente da poesia.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

A despedida


Ao menos o ano termina...

Queria que realmente terminasse, embora tantas coisas interessantes tenham desabrochado, uma flor, ou muitas flores, que perfazem a triste paisagem dos meus dias - Dias passados, porque o novo ano, a nova hora, o ponteiro pontua que já não resta muito, que precisamos seguir... Essa esperança que o calendário nos traz, que o ponteiro pontualmente faz ressoar! De algum modo, quisera poder dizer - A festa está apenas começando... Vejo as bebidas, as mulheres, as flores em novidade desabrocharem, uma primavera de cor, conheço de cor:

Nada muda e o novo é somente o antigo galho verde seco e murcho que insiste em fazer florir o jardim da vida.

Mas vejo mais flores, mais bebidas, vejo o dia amanhecer em paz - e nada pode de novo ser igual a este velho verde seco ano de triste paisagem. A esperança do novo de novo nos engana, pois no fundo não há engano maior que a certeza completa que somente existe nesta nova primavera, no horizonte radiante...

Um comentário:

azzi disse...

pois é... pois é...