Por que estas pulsões ocêanicas?

Pois é verdade que se eu não havia sequer pensado sobre uma metáfora que ilustrasse com precisão poética e elegância filosófica - sim, com precisão poética e elegância filosófica! - aquilo que encontro frente ao espelho, este reflexo que se produz em minha consciência: ao pensar na força do mar, no impacto voraz das ondas sobre as rochas, no ímpeto por vezes desmedido e incontido de uma pulsão marítima, oceânica, encontro nessa visão a pintura natural de minha própria natureza. E talvez só me falte descobrir onde o pintor escondeu seus pincéis... Mas para quê? Não há em tudo isso significativa - perfeição?

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A poesia é a capacidade de condensar em belos versos a riqueza experiencial de nossas impressões. Ela é a mais elevada forma de arte literária - na verdade, literatura só é arte se participa intrinsecamente da poesia.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Oceanic Thoughts


- Esta noite pensava em você...

- E o que acumulou em sua mente?

- A notícia terrível de uma terrível tempestade...

- Eu soube.

- E as águas me empurravam à margem da vida, para levar-me a ver o fim do prazer de sentir.

- Então partir já não posso!

- Quando olhei avistei o mar, e as ondas que tocaram meus lábios revelaram-me...

- Oh, fale-me sem temor!

- O amor nada pode ser sem a beijar.

- Desejo de sua boca um beijo de prazer...

- À boca, somente os seios podem satisfazer...

- Entrego tudo por uma noite em seu pensar!

- Pois neste dia alcanço a praia.

- Fale-me o que seu corpo quer dizer.

- O que quero ter na verdade?

- Não percebo o que intenta...

- O falo deseja o ralo que o prenda.

- Oh, que terrível tempestade!